Em Portugal esta arte secular é típica das regiões de Vila do Conde e Peniche.
A renda de bilros é realizada sobre uma almofada dura, o rebolo, cilindro de pano grosso, cheio com palha ou algodão, coberto exteriormente por um saco de tecido mais fino. Sobre este é colocado um cartão perfurado, o pique, onde se encontra o desenho da renda, feito com pequenos furos. A rendilheira espeta alfinetes, nestes furos, que desloca à medida que o trabalho progride.
Os fios são manejados por meio de pequenas peças de madeira torneada, os bilros. Uma das extremidades do bilro tem a forma de pêra ou de esfera, conforme a região. O fio está enrolado na outra extremidade.
Os bilros são manejados aos pares pela rendilheira que imprime um movimento rotativo e alternado a cada um, orientando-se pelos alfinetes. O número de bilros utilizado varia conforme a complexidade do desenho.
Aqui encontrei alguns exemplos de renda de bilros "doce", mas, a inspiração para este projecto partiu de um antigo postal...
Três rendilheiras junto à Igreja Matriz de Vila do Conde, do séc. XVI
A rendilheira da esquerda é D. Júlia, a bisavó da minha amiga C., que ofereceu este bolo à mãe, também ela perita na arte de dedilhar os bilros...